Podemos ver dois lados numa pessoa ansiosa e “assustada” com seus acessos de ansiedade.
Por um lado a vemos como alguém com excesso de emoção, alguém que reage com intensa ansiedade a cada mudança na paisagem interna, de emoções e reações corporais.
Este seria um desequilibrio quantitativo. Para lidar com ele utilizamos várias estratégias para diminuir a ansiedade, como técnicas psicológicas de auto-gerenciamento ou medicação.

Mas há também um desequilíbrio qualitativo. Geralmente a pessoa com algum Transtorno Ansioso tem uma tolerância muito baixa à excitação interna . Ela pode sentir qualquer coisa, numa intensidade baixa e já se assustar, ficar ansiosa. Uma pequena estimulação interna já deixa a pessoa alerta, antecipando algum risco… Para ela, pouco já é muito. Ela é como um estômago sensível demais.

Para lidar com esta intolerância à excitação interna é importante ampliar a capacidade de acolher as reações internas, tolerar suas intensidades e começar a discriminar as diferentes sensações e sentimentos.

Integrando os dois aspectos, podemos observar que, para uma pessoa com baixa tolerância à excitação interna, qualquer estimulação pode levar facilmente à sensação de inundação e ansiedade .

Assim, é necessário não só regular a ansiedade – com técnicas psicológicas e/ou medicação – para diminuir o “risco de inundação”, mas é fundamental aumentar a tolerância interna às reações internas, físicas e emocionais.

(por Artur Scarpato)

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