Uma pessoa com Síndrome do Pânico que fica um período sem crises de pânico pode não significar uma real superação. Pode indicar que a pessoa tem evitado situações que disparam suas crises, mas que continua vulnerável a elas.

Quem tem um transtornos de ansiedade como síndrome do pânico, fobia ou fobia social costuma usar uma estratégia clássica para não ter novos picos de ansiedade: a evitação.

Há muitos caminhos de evitação, variando com os disparadores, como evitar lugares onde se passou mal, não se afastar dos lugares seguros, não sair sozinho, limitar certos comportamentos, evitar situações de exposição social etc.

Se alguém tem medo de voar de avião e passa a evitar viagens aéreas, pode passar anos sem ter uma crise. Sua vida pode prosseguir aparentemente na normalidade, mas na verdade continua com o mesmo problema, só que mascarado pela evitação. A evitação tem um custo alto, limitando e privando a pessoa de experiências importantes.

Evitar é um péssimo negócio para quem sofre de um transtorno de ansiedade, pois a evitação tem por efeito reforçar a ansiedade, aumentando o sentimento de impotência e a crença na incapacidade.

A estratégia terapêutica eficaz é de enfrentamento, de exposição. Porém o processo de exposição tem que ser gradual.

Uma exposição intensa demais pode levar a inundação, com retraumatização e sensação de impotência e derrota.

Através da exposição gradual a pessoa pode colocar em prática recursos aprendidos na terapia. É importante desenvolver recursos de regulação emocional para ajudar o corpo a descarregar a tensão e se acalmar. Também é importante entender e aceitar as reações do corpo para não entrar num conflito interno que leva a uma escalada na ansiedade.

Para caminhar na superação de um Transtorno de Ansiedade, temos que substituir a evitação pela exposição gradual, aumentando a capacidade de regulação emocional.

por Artur Scarpato