A pessoa tomada de ansiedade busca modos de diminuir este estado que a assusta tanto. Há duas estratégias que merecem atenção, dois caminhos de evitação: a evitação comportamental e a evitação mental. As duas são estratégias mal sucedidas, apesar de amplamente utilizadas.

Na evitação comportamental, a pessoa evita fazer algo que possa levá-la a se sentir ansiosa. Se a pessoa teme ir num shopping, evitará ir para não passar mal. Se ela teme ficar sozinha, criará estratégias para não ser deixada sozinha e assim tentará evitar a ansiedade. O problema com a evitação comportamental é que a pessoa desvia da ansiedade, mas não a supera. Ao contrário, a cada desvio ela reforça em sua mente a crença na força “negativa” da ansiedade, com a idéia de que teria passado mal se tivesse ido, teria sido terrível… Neste processo a pessoa vai perdendo terreno para a ansiedade e vai limitando a sua vida.

Na evitação mental a pessoa se ausenta mentalmente, sua atenção se distancia e ela não percebe o que sente, sua presença fica dispersa. Ela tenta evitar a ansiedade ao tentar não percebê-la. Através de uma desconexão interna, a consciência se afasta do corpo, que é a fonte das sensações e emoções. O problema com esta estratégia é que a ansiedade é uma emoção natural que vai inevitavelmente fazer-se presente. Uma pessoa desconectada tende a estranhar e se assustar muito mais com tudo que sente em seu corpo, logo o tombo será muito maior. O afastamento mental faz com que as emoções e sentimentos percam a “naturalidade” para a pessoa, o que acaba por levá-la a se sentir ameaçada pelas próprias reações internas. A pessoa sente-se cada vez mais frágil e vulnerável, portanto mais sujeita a ansiedade.

Apesar de a evitação ser uma estratégia automática e parecer razoável, o melhor caminho é justamente o oposto. Para superar a ansiedade e o medo da própria ansiedade, é necessário seguir um caminho que parece menos natural, mas que é muito mais eficaz: aproximação gradual, aumento de tolerância à excitação interna, resignificação da experiência e enfrentamento.

A idéia de aproximação gradual e enfrentamento pode assustar, pois há sempre um “risco de inundação”, quando a pessoa sente uma ansiedade tão forte que se sente derrotada, como se tivesse voltado à estaca zero.

Para ser eficiente, este processo é feito numa psicoterapia especializada, com orientação de um psicólogo, para se poder fazer um enfrentamento controlado e gradual das situações temidas ou das sensações temidas. Este processo é importante em todas os casos onde há fortes crises de ansiedade como Pânico, Fobia, Fobia Social e Estresse Pós Traumático.

(por Artur Scarpato)

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