Sob estado de pânico a pessoa tende a se desconectar de sua experiência corporal e ficar assustada com o que sente. Há um afastamento de si, levando a pessoa a se ver como estranha, o que produz um sentimento de vulnerabilidade.
O corpo, que seria fonte de experiências vividas como parte do “eu”, passa a ser vivido como fonte de sensações perigosas. Ocorre desconexão entre consciência e corpo. A consciência passa a ficar identificada com o pensamento, se distanciando das sensações corporais. Este afastamento da experiência corporal acentua a ansiedade e o pânico, contribuindo para que a pessoa fique sempre assustada e receosa com as sensações e as reações em seu corpo (taquicardia, suor frio, etc).
Retornar ao corpo como sede da experiência subjetiva é fundamental para que a pessoa possa perder o medo do que sente, reconecte com o sentido de suas reações corporais e aprenda modos de influenciar seus estados internos (aprendendo modos de se acalmar, por exemplo).
Apesar de a pessoa querer “sumir”, não querer mais “habitar seu corpo”, o caminho para superação do pânico necessariamente implica em voltar à corporeidade, reaprender a linguagem das reações corporais e a linguagem das emoções.