O estado mental da pessoa ansiosa é caracterizado por flutuações no processo de atenção. A atenção passa a oscilar entre estados de dispersão e estados de preocupação excessiva. A mente passeia, sai de um devaneio perdido para se fixar em alguma preocupação ansiosa. Surgem preocupações sobre tragédias que poderiam acontecer, levando a pessoa sofrer por antecipação.
Neste processo a consciência se afasta do momento presente. A ansiedade crônica vai enfraquecendo a capacidade da atenção, vai deixando a mente à deriva, entre preocupações e devaneios, alimentando a ansiedade e o sentimento de impotência. Daí a queixa comum entre as pessoas muito ansiosas, de terem dificuldade de concentração.
A atenção é como um músculo que precisa ser treinado para se fortalecer. No caminho de diminuição da ansiedade precisamos fortalecer a capacidade de dirigir e sustentar a atenção.
A ansiedade é a emoção que ocorre quando há uma expectativa de perigo, que algo ruim possa acontecer no futuro. Quanto mais presente a pessoa estiver, menos ansiosa ficará. Assim precisamos trabalhar para criar presença. Há técnicas para isto, para aprender a observar, a se auto-observar e a sustentar a atenção. É um caminho importante de enraizar a presença no aqui e agora.
(por Artur Scarpato)