Na crise de pânico o corpo reage com medo como se estivesse frente a um perigo, porém não há nenhuma ameaça visível. A mente então se volta para as reações fisiológicas que são inerentes à reação de medo, como se as reações em si fossem perigosas.
Estas reações (taquicardia, falta de ar, tontura, enjôo, etc.) fazem parte da reação emocional de medo, porém a pessoa passa a interpretá-las como sinal de perigo, indício de uma doença fatal, de uma catástrofe iminente. Esta interpretação catastrófica produz ainda mais medo, logo mais reações fisiológicas. Como a pessoa tem medo de reações corporais que são parte da própria emoção de medo, este “medo do medo” tende a se perpetuar: sempre que a pessoa ficar receosa, vão aparecer reações para serem temidas e sempre que a pessoa sentir algo diferente vai ficar temerosa, logo vão surgir mais reações… Quanto mais reações, mais medo, quanto mais medo, mais reações, num circuito que se auto-alimenta. Este é o círculo vicioso que mantém a pessoa prisioneira no transtorno do pânico.
Um dos focos do tratamento é interromper este curto-circuito que envolve reações físicas – medo – interpretações catastróficas.