As sensações de uma crise de pânico são como a de se sentir ameaçado mas sem escapatória. Há ativação de repostas corporais de fuga mas ao mesmo tempo há paralisia, gerando uma sensação de aprisionamento, impotência e desespero.

Neste estado “travado”, de fuga sem saída, a mente se projeta para o futuro, imaginando consequências catastróficas: vou morrer, vou enlouquecer, vou perder o controle… A imaginação de um cenário trágico futuro ativa ainda mais respostas de ansiedade, num corpo que já está congelado numa mistura de urgência de fuga com desorientação e paralisia.

O primeiro passo é poder identificar o que acontece através de uma auto-observação que aceita o que ocorre dentro de si. Não há um perigo real, mas um sensação de medo travado, que não consegue escapar, que não consegue avançar nem fugir. É importante aprender como este estado interno não é perigoso, para que assim se pare de gerar mais ansiedade com os pensamentos catastróficos negativos.

Em seguida deixamos de lado os pensamentos negativos e nos voltamos para as respostas somáticas. Através da atenção ao que acontece no corpo, buscamos acolher as reações, regular os estados internos e destravar o medo paralisante. É importante identificar e completar, mesmo que na imaginação, respostas somáticas inacabadas de fuga como correr, empurrar, desviar, gritar, chorar etc. Assim as respostas somáticas incompletas vão encontrando solução e o estado emocional ativado de ameaça vai se dissolvendo.

A pessoa com pânico se sente aprisionada numa reação de medo “inescapável”, o que gera um forte sentimento de impotência e confusão. Para sair disto, precisamos reconhecer, aceitar, regular e liberar o estado congelado de fuga sem saída.

por Artur Scarpato

Comentários estão bloqueados.