Numa das variedades do Transtorno de Pânico, além do medo das reações do corpo, há um fator adicional, onde estar acompanhada de alguém de confiança pode fazer muita diferença. As pessoas deste grupo geralmente se sentem mais vulneráveis a ter crises de pânico quando estão sozinhas e são muito sensíveis a separações e ameaças de separação.
Vamos encontrar muitos traços desta ansiedade de separação que vem da infância, podendo ter diminuído ou sumido por anos, mas que reaparecem com o Pânico. É comum que durante a terapia a pessoa vá lembrando de medos da infância, como medo de perder um dos pais, de ficar sozinha, de dormir sozinha, etc.
Para uma criança muito pequena o abandono poderia representar a morte, o que justifica o intenso estado de angústia e desespero que poderia se ativar nesta situação. No entanto, a mente da pessoa adulta com Transtorno do Pânico parece reagir do mesmo modo, com ansiedade e forte sentimento de vulnerabilidade quando se vê sozinha.
No trabalho com adultos com Pânico precisamos ajudar a pessoa a lidar com esta ansiedade de separação e com este medo de ficar sozinho. Em parte isto implica em retomar e elaborar traumas relacionados a abandono, perda de confiança e isolamento, sendo que alguns destes traumas têm origem bem precoce, na infância.
Porém, uma meta importante é ajudar a pessoa a experienciar a solidão e viver a solidão como uma experiência suportável, uma experiência que pode ser desagradável, emocionalmente dolorida e produzir ansiedade, mas possível de ser vivida sem levar ao desespero e ao pânico. Esta é uma das metas de uma psicoterapia para pessoas com Pânico.